A fusão dos hospitais da Dasa com a Amil, anunciada nesta segunda-feira, aprofunda a consolidação entre operadoras de planos de saúde e hospitais, que historicamente atuavam em lados opostos do mercado. A nova empresa, batizada de Ímpar, nasce com receita líquida anual de R$ 10 bilhões e Ebitda de R$ 777 milhões, reunindo 25 hospitais e 4,4 mil leitos.
A Ímpar se consolida como a segunda maior rede hospitalar do país, atrás apenas da Rede D’Or, e à frente da Hapvida. A transação não inclui o Hospital da Bahia, em Salvador, o São Domingos, em São Luís, e a rede de clínicas oncológicas Amo, que poderão ser vendidos futuramente. Do lado da Amil, os hospitais Monte Klinikum e Promater, em Fortaleza e Natal, também não fazem parte do negócio.
A movimentação no setor tem sido intensa. No mês passado, a Rede D’Or (controladora da SulAmérica) e a Bradesco Seguros se uniram para criar uma empresa hospitalar. A Oncoclínicas também firmou joint venture com a Porto Seguro Saúde e a Unimed Nacional.
Além das fusões, operadoras e hospitais têm estabelecido parcerias comerciais em projetos de expansão. Muitos grupos condicionam o crescimento à garantia de credenciamento da nova unidade pelo plano de saúde. A Oncoclínicas, por exemplo, firmou acordos com a Unimed Nacional para construir hospitais oncológicos, como o novo “cancer center” de São Paulo, orçado em R$ 300 milhões.
A transação entre Dasa e Amil também envolve a transferência de uma dívida de R$ 3,85 bilhões da Dasa para o novo grupo, reduzindo a alavancagem da Dasa de 4,2 para cerca de 3 vezes o Ebitda.
O BTG assessorou a Dasa e a BR Partners, a Amil na negociação.